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Jogo 80/22: Desfrutar o amor...

Na verdade, o título do post não seria esse. Já estava escolhido há exatamente um ano.


Teria a ver com vingança, retaliação, represália, desforra. Esse período teve a estréia de Madu ao sentimento de reparação, de justiça. O assalto na nossa eliminação em 2022 fez, desde então, todos os pedidos para que cruzassemos com o inimigo serem atendidos.


O sorteio visto com delay e a vibração pelo confronto.


A repetida derrota no jogo de ida.


A tensão de Madu na compra dos ingressos. Suportou a pressão e garantiu nossa presença.

Mas os acontecimentos, desde sábado, inundaram a contagem regressiva com bastante tristeza.


A morte de um dos nossos, trouxe muitos sentimentos com toda a repercussão.


Da atitude estúpida e maléfica de um maldito que atira uma garrafa quebrada por um tapume, da falta de policiamento no local - quase uma 'hillsboroughzação' premeditada, visto à má vontade dos agentes públicos que deveriam proteger, das ironias e clubismo colocados acima da perda de uma vida, da irresponsável versão dada pelo filhinho de papai que idiotizou o futebol em rede nacional e que aponta culpados sem escrúpulo, da possível solução dada à violência (cerceando o direito de ir e vir - e sabotando meus sonhos).


São tantas situações, tantos pensamentos, que o desfrutar do título tem relação com aproveitar a vida. Se unir em família. Fazer o que se gosta. Não perder chances ou criar situações por coisa pequenas. Marcar nossa presença e deixar histórias.


Aliás, essa é a missão desse blog desde sua idealização - deixar um diário vivo para Madu e Maju saberem que, dentro das nossas possibilidades, fizemos todo o possível para oferecermos o mais significativo.


A vida é um incógnita. Sempre digo que pretendo viver mais de 90 anos - contando cada um como o minuto de uma partida.


Mas, por várias vezes, quase o jogo foi interrompido. Na laje da academia, no sono da Dutra, na nossa porta no dia da Croácia.


E, mais aterrorizante, é pensar nas 3 que amo.


A dor dos pais e a serenidade em falar que ela 'vivia o Palmeiras, era o que mais amava' é destruidora. Concluir que ela morreu pelo Palmeiras é devastador.

E a promessa de que seguirão seus desejos é emocionante.


Uma linha tênue, com conclusões diversas.


Peço a Letícia que tenhamos fé nas nossas escolhas e sigamos. Que a construção de caráter delas está no caminho certo.


E que existem muito mais pontos positivos do que os negativos citados lá no início.


*desculpe, Madu e - posteriormente quando ler, Maju. Sei que esperavam apenas a história desse jogo.


Mas conversar com você e escrever foi o que me ajudou a tirar um aperto no peito...


Sobre o prélio, a justa eliminação. O futebol apresentado foi péssimo. Em 180 minutos, apenas meia hora de lucidez - premiada com um gol fortuito de Piquerez (nem de um chute à meta nasce nosso tento).


O segundo gol bambi, na subida das faixas, quase não é visto.


Acaba a invencibilidade das meninas no Choque-Rei. Pra Maju, após 4 jogos. Já pra Madu, 10...


Segue-se então, à partir dali, lições. À todos.


A negação e inconformismo de Madu se transforma em olhos marejados, seguido de tristes lágrimas.


O roteiro que esperávamos não aconteceu.


Aguardamos um ano por esse momento e ela sente a frustração. Por algo que infelizmente não temos controle.


Maju, com muita compaixão, apenas toca seu ombro com olhar fixo. Sem palavras.

Há momentos em que não se precisa dizer nada.


Mamãe lembra que haverá outros jogos pra ela vir. Planta esperança. Seguir em frente.


No nosso diálogo, após abraços, confirmo seu questionamento sobre se ela "foi bem".


Filha, já lhe disse que a coisa na vida que melhor sei fazer é torcer. E você, por muitos momentos, é a minha voz. Muitas vezes me pego te admirando - e à Maju - pela forma de apoio.


Gritinhos finos inconfundíveis. Abraços fraternos.

O mais importante de tudo isso é que, felizmente, a vida está nos dando uma nova chance. Outros jogos, de glórias à tristezas.


Outros aprendizados. Em casa. Na escola. Correndo. Viajando.


E estamos juntos. Desfrutando.


Aproveitem cada momento. Por mais simples e corriqueiro.


Criem memórias.

Sigam esse caminho.


Sobre o que insisto com os alunos, vocês sempre vão nos dar orgulho se fizerem o melhor ao seu alcance.


Agora, divirta-se. Recarregue as energias.


E, acredite nos seus sonhos.

Eles se tornarão reais à medida que você tenha fé.


IREMOS E SEREMOS...






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