Qual a importância do 12 de Junho de 1993 para um menino de 8 anos de idade?
Obviamente, não era passar a tarde com sua namorada...
Morumbi, sábado. Meu jogo 1.
A multidão. As bandeiras. As músicas. Os 4 gols que pouco pude enxergar – primeiro, pois era pequeno. Segundo, porque a maior parte da minha atenção era para as arquibancadas.
No inÃcio daquela noite, a pergunta: Por que tantos homens choram abraçados???
O tempo me trouxe a resposta.
(trecho retirado do post: https://brunoricardojr.wixsite.com/serpaimeirense/post/2016/06/12/jogo-25-o-12-de-junho).
Neste perÃodo de 30 anos, parti do jogo 1 para o 624, nesta noite. De volta ao Morumbi após mais de uma década - fruto da incapacidade e oportunismo de autoridades preguiçosas - somam-se mais de 3 dezenas de visitas à cancha inimiga.
Desta vez, não praguejo o show que nos impede de irmos ao Palestra. A chance de Madu e Maju conhecerem mais um estádio. LetÃcia também debuta no Jd. Leonor - que foi erguido com dinheiro público (minha avó, recém chegada de MG, pagava o infame Carnê Paulistão ao abrir a conta no Bradesco, que tinha Laudo Natel como Diretor - mas essa é uma outra história...).
Local com grandes lembranças. Nas principais, além de grandes vitórias, a possibilidade de enfrentar torcidas rivais, divididas meio a meio. A felicidade de não deixá-las serem ouvidas ou a formação de caráter ao receber o som atrasado de um gol contra a gente.
A saÃda de casa pouco antes do combinado. Grata surpresa pela facilidade em chegar pela Raposo. Estacionamento tranquilo afastando flanelinhas.
A rápida caminhada e a visão do estádio pela Praça Jules Rimet - confesso que nunca imaginei chegar com elas por este percurso. Sempre planejava a ida pelas ruas do bairro.
Mas hoje somos mandantes contra o maior freguês.
A espera pela entrada dos materiais das organizadas. A subida pela rampa.
Fotos na bateria.
Banheiros, copos, pipoca e refri - rapidamente derrubado pela Madu.
A visão pela Arquibancada Norte.
Bandeiras de mastro.
Ida com Maju ao banheiro.
Próximo ao inÃcio, o único fator desagradável. A falta de respeito dos atrasados é patética. Mas as pequenas verão o campo.
Ajustes e hora de alentar. Maju adora ficar sob o bandeirão. Bexigas.
Tranquilamente, o primeiro tempo vira 2x0 - Murilo e Rony.
A chuva alegra. As capas permanecem na mochila e os sorrisos inundam os rostos.
Músicas antigas. "Viemos pro Morumba" e "Caiu na rede é peixe". Madu ilumina.
Estrelinhas com celular. Finalmente, a Ola.
Giovani.
A arquibancada balança.
O Santos desconta na última bola.
Pizza e refri. Volta tranquila.
E a alegria de ter embarcado numa espécie de máquina do tempo, que trouxe ao inÃcio da noite ares dos anos 90. As quase 50 mil vozes - maior público de Madu e Maju até hoje - tiveram visivelmente em peso os torcedores expulsos das novas arenas. Todos merecem horas assim. Aos costumeiros frequentadores do Allianz Parque, mas que já chegam aos quase 40 anos, o saudosismo é, com certeza, emocionante.
Por mais momentos como esse.
Obrigado, LetÃcia.