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Jogo 69/11: Carregar o time nas costas...


3 de agosto.

Ida das Quartas de Final da Libertadores

Atlético/MG x Palmeiras


Da nossa sala (e, ah, como anseio chegar o ano em que, neste tipo de duelo, estaremos na arquibancada visitante empurrando o Palestra) passamos cerca de uma hora de tensão total.


O 0x2 é incômodo, mas a confiança é maior.

Nos nossos ataques, Maju, pouco antes de dormir, para em frente a TV e torce.

A certeza de que um gol de diferença é totalmente reversível.


Murilo desconta. Nossa torcida se faz ouvir. A maturidade do time não se deixa levar por minutos abaixo do padrão.


Acréscimos. Escanteio.

Em pé, na frente da tela, Madu repete inúmeras vezes: EU CONFIO NO MEU TIME!


Scarpa. O vôo de Dudu. Danilo. Explosão. O Gol Norte é aqui.


10 de agosto.

Jogo 2. Agora é com a gente.


A semana de vídeos e histórias para armar o espírito das pequenas.

O dia que demora a passar.


A ida em horário um pouco fora da rotina.

Perspicaz, Letícia encontra a vaga perfeita.


Os fogos animam Maju. Sinto Madu concentrada.

Letícia comenta que os curtos passos para a entrada lembram uma procissão.


Sinais.

Mal sabemos do tamanho da fé que nossa gente vai utilizar nas próximas 2 horas.


Para garantir nossos lugares de sempre, Letícia e Madu vão primeiro. Maju novamente sorri ao ser revistada. O copo do jogo.

Balões gigantes e luzes recebem o time. Mas o clima de tensão é latente.

Equilíbrio nas ações. Até que a faísca é acesa.

Metade da primeira etapa, Danilo é expulso.


Imediatamente, o mantra é entoado. A sinergia acontece.

"Vamos pra cima, Porco,

Hoje eu vim te apoiar.

Sair vencedor,

LUTEM SEM PARAR!"


Lutar. É basicamente isto que as 40 mil vozes fazem, em uníssono, transformando o time numa fortaleza intransponível.

A cada possibilidade de crescimento adversário, o tom aumenta. Os 10 com o P no peito, dentro de campo, doam-se energizados pela descarga de confiança que os empurra. Como um ritual, cada batida da bateria, unida aos braços de cada torcedor em direção ao campo, parecem fazer entrar em transe.

Magia verde.


A ida para o intervalo é sob imensos aplausos.


Abel, monstro estrategista, não se limita a defender. A busca pelo contra ataque faz o Atlético ficar sob alerta intenso.

Nenhuma mexida por mais de uma hora. O Galo tenta alternativas, todas sem sucesso.


Maju descansa um pouco. Pela irmã, Madu berra a ponto de pessoas nas escadas se inspirarem.

Lá pelos 30 minutos, Scarpa também toma vermelho. O que parecia ser um tiro de misericórdia se torna combustível.


Somando os 5 minutos de acréscimos, são cerca de 20 minutos de uma torcida ensandecida, que vai proteger o que é seu com a força da alma.


Cada rebatida, cada travada é comemorada imensamente.


O "Todos somos um" está em nível máximo. Até nos pequenos detalhes - a faixa derruba meu boné e um torcedor não me devolve. Coloca e arruma na minha cabeça, vendo eu pular com Maju dormindo...


O apito final, numa falta lateral pra nós, enerva.


Pênaltis.

Mas, dessa vez, estatísticas recentes não tem força.


A primeira série termina empatada com 100% de acertos.

Veiga, Gomez, Zé, Piquerez e Rony. Na sexta cobrança, Weverton voa e defende - e até agora me dá agonia pensar que ele quase gira e coloca a bola pra dentro com as costas...


Fé. Aquela fé da procissão de entrada. Aquela fé da procissão de São Marcos, seu jogo 1, em 2012, Letícia.


Murilo faz o Palestra explodir em alegria e desabafo.

Madu derrama lindas lágrimas de emoção. Alegria. Derramo também agora, escrevendo e lembrando.

Jogadores e torcida se unem em agradecimento. Exaltação.


Ninguém vai embora por muitos minutos.

A sensação de dever cumprido.

Os 3 passos que restam.


E uma das noites mais inesquecíveis da vida de cada um que esteve ali.

Essa foi a maior provação da Era Abel Ferreira, superando River e a virada na final do Paulista.


Seremos.


Obrigado, Palmeiras.

Se estiver "na ruim" pode contar conosco.

A gente te carrega nas costas...




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