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Jogo 68/10: Aprendizado na dor


7 de junho

Em frente a TV, Madu profetiza nosso adversário nas oitavas de final da Copa do Brasil. Quando a bolinha do inimigo é sorteada, ela corre pela casa, comemorando a chance de voltar ao estádio em um mata mata, contra seu maior freguês. Maju resume ao seu maravilhoso: 'Vamo' em cima deles!


23 de junho - jogo de ida

Fazemos uma partida bem abaixo do padrão. E com a tradicional ajuda - Dudu é atropelado, com a conivência da arbitragem - saímos com o 0x1 para reverter.


Passadas 3 semanas, ainda com a liderança do Brasileiro e a vaga nas quartas de final da Libertadores garantida, hora de 'ir pra cima deles'!

Explico pra Madu a importância do confronto. Desde 2018 ela não vai à um jogo eliminatório. Para Maju, o debute.


Estacionamento no lugar mais tranquilo possível. A espera em vão pelo ônibus, que fez um desvio.

Na revista, Madu é flagrada. Porta um objeto perfurante muito perigoso. Uma caneta vai pro lixo...

Os elogios na catraca. Jantar na arquibancada. Hamburguer e pipoca. Madu compra o copo.

Maju salta no chão e na cadeira.

Madu observa detalhes. Conta minutos.

De praxe - e a melhor sensação que o futebol proporciona - a torcida faz 2 gols logo no início.

A explosão de abraços, gritos e desabafos é inesquecível.


Algumas oportunidades perdidas e o intervalo.


No segundo tempo, Madu estranha que a torcida já não está mais na mesma empolgação.

Explico o que é a tensão de jogo eliminatório - afinal, nada está ganho.


Minha previsão sobre o próximo gol infelizmente se concretiza: levando Maju ao banheiro, vimos da TV o possível toque. Do vaso sanitário, a comemoração pelo chamado do VAR. Das escadas, os urros com o pênalti marcado. E após uma escalada em tempo recorde, Veiga desperdiça...


Tudo pode piorar e no lance seguinte Gomez faz pênalti e o inimigo diminui.


Por mais que você acredite, grite, apoie, muitas vezes algo o subconsciente já nos prepara para o que está por vir...


Os últimos 15 minutos são de ataques verdes e cera tricolor. Contentam-se com a 'derrota', sabendo que colherão frutos do fator psicológico.


Derrota nos pênaltis - erros de Veiga e Wesley.

Os aplausos demonstram confiança e orgulho.

Maju pergunta porque a menina da fileira de trás chora. Diz a ela pra ter força.

Madu não chora, mas desaba na cadeira.

Fica brava e decepcionada. Fico orgulhoso.

Enfim, tenho uma companheira para dividir estes tipos de sentimentos.


A longa conversa, da rua até o carro, do carro até nossa casa, fortalece laços. Traz aprendizados aos dois.

A vida é feita de vitórias e derrotas, constantes. Cabe a nós aprendermos a lidar com esta gangorra e nos tornarmos melhores.


Pra Madu que sofreu, pra Maju que estranhou as lágrimas e pro Palmeiras que está fora da Copa do Brasil, grandes feitos estão por vir.


Seremos.


*atualizando com as imagens no dia seguinte, sofremos um assalto vergonhoso dos bandidos do apito. A jogada do pênalti bambi teve impedimento, puxão no Gomez e outro toque ao cair. Foi premiado com pênalti a favor. Fora o penal no Dudu, no primeiro tempo. Inacreditável!


A equipe VAR foi suspensa. Mas o serviço já está feito com sucesso. Não há como voltar no tempo...

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