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Sorrisos, lágrimas e a nossa culpa...


Meio de tarde, retorno das últimas compras para Maju.

A chegada na casa do vovô reserva uma surpresa. O convite para um bate-volta à Praia Grande.

Volto do carro com as sacolas e o primo insiste pra Madu aceitar.

O seu olhar pra gente demonstra todo o desejo, e nossa explicações de não podermos ir causa lágrimas duras.

Todos se arrumam e a expressão é de uma tristeza, uma frustração imensa.

Ela diz no meu ouvido que “vai tentar não chorar”, por estar longe da gente.

No carro, explicamos que preferimos que ela fique, mas que se quiser, pode ir. Ela diz que não vai.

Na garagem, insistência.

Um dos momentos mais complicados nestes 5 anos: ela diz que não, sobe sozinha, com passos duros e lábios trêmulos, segurando lágrimas – que caem de mim agora, de lembrar...

Falamos que ela pode ir. Sem querer que ela fosse. Ela NUNCA se distanciou de nós. Nunca dormiu na casa da avó, há 800 metros de casa. Agora, estaria há mais de 100 quilômetros.

Mala rapidamente arrumada. Baldes, biquínis e sorrisos.

O carro chega. Os dois adultos choram. Um deles até se rebela um pouco.

O “até amanhã” destrói.

Minutos seguintes de silêncio, olhares molhados e vazios.

Aos poucos, as tentativas de se ver o lado bom.

A certeza de que a expectativa, o desejo de passear foi plantado por nós. FOI NOSSA CULPA.

O filme passa rápido. A casa está silenciosa. O jantar não tem broncas.

A chamada de vídeo mostra em poucos minutos que a felicidade está em altos níveis.

Pela manhã, algumas fotos.

A preparação da mamãe para ficar 3 dias longe dela, em breve – talvez aí a chave, a razão para isto ter acontecido agora, de repente.

O dia demora a passar.

Por do sol, a volta da gritaria. A tatuagem de borboleta. As histórias de mergulho, construções, surfe.

E o nosso mundo que volta a girar de forma normal...


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