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XTerra Paraty 2017


Vamo, Palmeirense. Tua família tá lá te esperando. Tua esposa e tua filha... Chega correndo!”

Doping psicológico, de um outro atleta, após o km 18, quando a coxa direita não quer me deixar seguir.

Tenho que continuar, pois a chuva aumenta e elas estão lá.

Vou por elas...

XTerra Half Trail Run.

Pouco mais de 20km, com início na Praia do Pontal, e a subida no Morro do Forte.

Do outro lado, invadimos alguns terrenos já enlameados. Na primeira descida, a certeza que o tênis está pedindo aposentadoria. As possibilidades de escorregões se transformam em esqui. Nas trilhas apertadas, os corredores andam, e não é possível ultrapassar. A recuperação é em momentos que voltamos ao asfalto.

Saltar sobre galhos, evitar cabeçadas em árvores, fugir de poças maiores.

Um cachorro me acompanha por uns 200 metros.

Em uma das trilhas, uma minúscula cobra amarela cruza meu caminho.

A beleza do riacho.

Uma placa indica: faltam 5 km.

Na tentativa de acelerar, a dor. Assustadora.

Parada para alongar e é hora de administrar. Mas, em uma prova como essa, cada passo é incerto e o esforço é devastador.

Faltando 2 km. Me arrasto. A frase lá em cima vem nesse momento, e o derradeiro esforço vale TUDO.

A gritaria ao me ver, a última curva e Madu completando sobre meus ombros.

O narrador diz: “Este já pegou o troféu dele...”

Sim, elas são o maior prêmio que pude receber na vida.

A medalha fica no peito da Madu, que passa pra mim perguntando se gostei, se foi divertido, se estou feliz...

Só tenho agradecimentos à elas...

*O objetivo era completar a prova em até 2h30'. Felicidade pelos 12 minutos de vantagem, e a classificação na metade de cima...

Aqui, o resultado...

No dia seguinte, hora da Madu participar do XTerra Kids.

O alongamento, aquecimento e a brincadeira nos aparelhos.

As falas de apoio (e pressão!?) para o momento da prova.

A chamada para crianças de 3 e 4 anos.

A insegurança da pequena em achar que eu não a acompanharia. A mulher que nos pega de surpresa, fazendo Madu largar um tanto atrasada.

Ela corre mais com medo da solidão do que em chegar rápido. Completa e recebe os gritos da mamãe.

Mais uma medalha. Mais uma conquista...

*Já em casa, ela diz que correu como a tartaruga da fábula de Esopo (nos últimos dias, muita conversa em se esforçar sem menosprezar os outros...)


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