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11 meses de vida... Que tal correr a São Silvestre?


28/05/2014. O primeiro passo do que considero uma das coisas mais legais que já fizemos.

Posso ser considerado maratonista, pois já cumpri a distância em longas 4h:46m, em 2013.

Meia maratona, 8km, 10km, corrida de montanha... Duas São Silvestre no currículo (a primeira corrida da vida em 2011 e com a Letícia, em 2012.

28/05/2014. Madu com 3 meses e 28 dias. Passeio no parque com a família e nossa primeira corrida: 2km.

Faltavam 7 meses e 13 km até a São Silvestre 2014. O trabalho, o clima, o medo impediram treinos regulares com ela. Aconteceram apenas 5, sendo um deles em 28/11 com 10km. Já me sentia pronto.

Mas, quanto mais o último dia do ano se aproximava, a tensão só aumentava. Fiz minha inscrição (apoiado pela Letícia) e em 29/12 fomos ao Ibirapuera buscar o kit. Tudo certo, escaneamos o número de peito para fixar no carrinho. Um cachorrinho com a camisa do Palmeiras, além do martelo de brinquedo também são amarrados no veículo para distrair a pequena.

31/12/2014. Acordamos cedo e fomos de Trem/Metrô para a Avenida Paulista. A intenção era mantê-la acordada até o momento da largada, pois assim não haveria o risco dela se apavorar com a multidão e querer deixar o carrinho. Sem chance. Dormiu no trem e acordou próximo ao destino final.

Alongamento básico, decidimos ficar pra trás do povo e fazer uma corrida limpa (a intenção era fazer 7’30”/km). Momento de despedida, eu a Madu vamos à rua com nossas camisas do Palmeiras. Letícia e minha mãe ficam na torcida.

Buzina de largada, e tudo muda. Choro. Colo. Sono... 5 minutos e ela dorme, ficando assim pelos primeiros 8km, permitindo um ritmo mais forte (seria maior a distância, não fossem os gênio da organização passarem milhares de pessoas por uma rua estreita, transversal à Avenida Pacaembú – o que obrigou todos a andarem por longos minutos. Os corredores nos passavam ou ficavam para trás, sempre nos apoiando, elogiando. De quem assistia, muitos: -Que dó! Judiação da bebê!. Sem comentários...

Ao acordar no km 8, a mamadeira é pedida. Pouco mais de uma hora de prova. A partir dali, como já imaginado, planejado e treinado, fica mais difícil, pois ela quer colo. Vamos! Ela em um braço, carrinho empurrado pelo outra mão e pés em movimento. O sol é forte e constantemente jogo água na cabeça dela para refrescar (agradecimento a vários corredores que buscavam água e entregavam pra nós). Ciclos carrinho-colo são constantes. Em um momento, um atleta (possivelmente inexperiente) cruza nossa frente sem indicar e bate no carrinho. O choro da batida de cabeça foi curto. Em um cruzamento, torcedores da GdF, organizada rival, tem faixas, bandeiras e bateria. Nos viram (e sei disso pois olhei no olhos de 3), mas, talvez por respeito à criança, não se manifestaram.

Já no terço final, temos o acompanhamento de Renata Falzoni, fazendo reportagem. Pergunta se está tudo bem e nos deixa seguir. Subir. Brigadeiro. Honestamente, não achei tão difícil, pois muitos subiam caminhando e percorremos passando diversas pessoas.

Talvez por emoção (misturado com cansaço), o retorno à Paulista foi mais complicado. O medo de não encontrar quem nos esperava tomou conta.

Perto da linha final, do nosso lado esquerdo e com a Madu no braço, avisto as duas.

Conseguimos. 15430m e 2h08m depois. Aqui, o trajeto. O choro vem antes da chegada. Meu e dela, que viu a mamãe e queria ir. Mas continuou comigo e completou 15km que equivaleram aos 42 do início da história. Consegui pegar 2 medalhas, que rezo para que seja importante pra ela daqui a algum tempo, quando entender. As fotos ao final são de alívio. Manhã inesquecível. Encerramento de um 2014 maravilhoso.


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